Polémica Maggiolo Gouveia
No portugaldiario, encontrei este e este artigo sobre o Oficial Superior Maggiolo Gouveia.
Publico um comentário colocado num dos artigos, identificando o autor:
" Por JOSE LUIS DA COSTA SOUSA (19-08-2003 07:08)
Tive oportunidade de servir Timor um ano e meio através da ONU.
Como militar servi Portugal em África cinco anos durante a guerra; vivi pessoalmente, como capitão, as descolonizações de Angola e Moçambique, assim como todo o processo revolucionário abrilista.
Afirmo perempetoriamente, por vivência própria, que o Major Maggiolo Gouveia e também o então Capitão Lino da Silva, ambos em Timor, foram os dois únicos militares portugueses, que não trairam o Portugal de então; foram os únicos e solitários heróis desse tenebroso período da História Portuguesa, como tal, merecem todo o respeito e admiração dos portugueses verdadeiros.
Todos os outros militares, incluindo-me a mim próprio, fomos cobardes e traidores porque, ou concordamos com a traição à História e à Pátria ou, por medo, não reagimos à inqualificável, miserável e criminosa entrega das possessões ultramarinas e suas populações ao comunismo moscovita.
A descolonização foi um crime hediondo, cometido por vendilhões da Pátria e dos Portugueses, os quais ainda para aí andam e alguns exercem até funções de grande relevo no Estado; são autores morais e políticos da morte de milhões de seres humanos, que foram chacinados pelas descolonizações e guerras que se seguiram, pela fome, etc...e andam por aí...sem consciência dos horrorosos crimes que provocaram...
Acho admirável que o SNR Ministro da Defesa tenha tido a coragem política, e tenha sido Português suficiente para estar presente no funeral do último Herói da Portugal; Portugal já não existe, isto em que vivemos são as suas ruínas, como tal, não haverá mais heróis. Maggiolo foi o último.
A quem chama Maggiolo Gouveia de traidor direi que: trair a traição não é traição e recordo-lhes a extraordinária afirmação do próprio, e que só um verdadeiro herói poderia produzir: "SÓ É TRAIDOR QUEM TRAI A PRÓPRIA CONSCIÊNCIA E EU NÃO O FAREI; POR ISSO NÃO FUJO, FICO" e ficou, custou-lhe esse acto de heroísmo, a prisão, a humilhação, a tortura, o sofrimento e finalmente o fuzilamento determinado por um orgão da FRETILIN, que integrava os actuais Presidente e Primeiro Ministro de Timor.
O último Herói de Portugal, morreu de pé, rezando e gritando "Viva Portugal" e com ele morreu também o Portugal que eu amei e servi; isto que agora ainda existe são restos do naufrágio da Pátria.
Obrigado SNR Minstro da Defesa por ter sabido ser Português no sentido Histórico do termo.
Este Major é o centro de uma pequena polémica. Foi fuzilado pelos comunistas da FRETILIN. Agora, vai a enterrar em solo nacional depois de 28 anos. Até aqui o único problema é não ter sido transferido para Portugal há mais tempo. O centro da questão é que este oficial desertou. Será que ninguém é capaz de perceber, mesmo os mais nacionalistas e saudosistas do Portugal anterior a Abril de 74? "
A transcrição que coloquei em itálico, de um capitão que participou na descolonização, é de um saudosismo extremo, esta postura um pouco calcinada, é reveladora que uma camada da população “pensante” sente saudades de Marcello ou de António. Para uns, Maggiolo será herói, para outros (para mim, pelo menos) é um desertor, pelo que não deve ter honras militares. Sr. Paulo Portas, tenha vergonha.
Não é uma questão de direita ou esquerda. É uma questão de analisar a realidade, este senhor desertou, assuma-se o facto. Ainda que tenha sido para combater comunistas, não deixa de ser deserção.
Vem agora uma direita conservadora e anacrónica pretender esquecer o passado, apenas porque o homem foi executado. De facto foi, já não como português, mas como membro da UDT.
Quanto às afirmações sobre o processo de descolonização, aí sim, dou-lhe razão. O processo foi precipitado, foi feito à pressa por jovens políticos sem experiência, competência e especialmente, com a agravante de ainda hoje estarem no poder. A democracia chegou, mas ainda vemos a “família” Soares a reinar, entre outras. Este foi o nosso crime, quando será que o vamos admitir. Deixamos cair as colónias. Podíamos ter aguentado mais tempo, formado os quadros, transferir alguma tecnologia, mantendo a paz e especialmente a influência, como aliás fizeram os Belgas, Franceses, Ingleses, ...
Em relação à pérola seguinte: “SÓ É TRAIDOR QUEM TRAI A PRÓPRIA CONSCIÊNCIA E EU NÃO O FAREI; POR ISSO NÃO FUJO, FICO” só tenho a dizer uma coisa:
É traidor quem trai a sua força, as suas ordens superiores, o seu contingente, enfim, o seu dever!
2003-08-19
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