2003-10-30

Desde muito cedo que me fui envolvendo na minha comunidade, a vários níveis, desde o trabalho comunitário até à participação cívica e associativa...

Tenho por isso acompanhado a evolução deste território com um optimismo que me é natural, mas também com algumas reservas que resultam da minha própria experiência. Existe um extracto importante da sociedade que se preocupa e se interessa pelos assuntos de natureza política e económica, falta o espaço intelectual para isso.

Sabemos também que proliferaram inúmeras organizações associativas específicas, mas a região não tem, pelo menos não conheço, uma organização que se ocupe do debate de ideias e políticas para o desenvolvimento sustentado do Algarve, pelo menos de forma organizada e sem demasiado comprometimento partidário. Ainda que existam associações constituídas, mas sem voz.

Neste blogue quero assim reflectir sobre a organização que por agora vou chamar “CETA - Conselho Estratégico do Algarve”.

Imagino uma entidade sem espaço físico, sem recursos humanos próprios, apenas a vontade de debater, reflectir e propor às diversas organizações públicas e privadas projectos, ideias e reflexões. Vejo aqui técnicos especializados em diversas áreas a debater em conjunto com políticos, dirigentes, empresários, professores, entre outros, procurando sempre a participação pluralista e aberta, sem dogmas, sem entraves ideológicos e partidários, simplesmente o interesse de procurar um rumo, numa visão integrada.

Penso que a nossa região necessita de integrar os diversos modelos de desenvolvimento. Cada município tem um, a administração pública desconcentrada tem vários, destacando a RTA e a CCR (actual CCDR). Mas estes planos são estanques, não possuem ligações e sinergias uns com os outros, resultando em planeamentos redundantes ou contrários. Significa então que falta estratégia regional.

Chamem-me utópico, ou simplesmente sonhador!!!

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