2003-10-29

Ontem pediram-me para comprar duas torneiras com urgência. Até aqui parece-me uma acção simples. Devido a essa urgência, resolvi antecipar a minha hora de almoço para as 12H30, permitindo “apanhar” os estabelecimentos abertos e, em meia hora, resolver esta questão.

Por agora suspendo a minha “estória”.

O comércio está a atravessar uma crise ligada à transferência dos padrões de consumo. Hoje a oferta das grandes superfícies e das redes de médias superfícies especialistas, fizeram com que fosse afectada a facturação habitual do comércio tradicional. A solução??? Já vai...

Continuando a minha “estória”: Visitei 3 lojas e nenhuma delas estava aberta, assim, fui almoçar e acabei por não conseguir resolver a compra.

O “moral” desta minha aventura de hoje é simples. Uma das formas de captar clientes pode ser verificar o horário que estes preferem, para além de adequar o sortido e as marcas ao gosto (ou às necessidades, se quiserem) dos consumidores.

Será que as superfícies estão abertos na hora de almoço por acaso. Não! Nada (mas mesmo nada) é feito ao acaso nestes empresas. O comércio tradicional tem que mudar. Tem que ter visão, claro que custa dinheiro, ou pelo menos uma melhor planificação dos recursos humanos, quando possível (e neste meu caso, era possível manter abertos na hora de almoço os estabelecimentos, ainda que com menos pessoas e em regime de turnos de almoço.

Acabei por optar pela compra estes produtos no comércio tradicional, por causa de um dos factores que pode permitir a estes negócios reassumirem a sua posição competitiva no mercado: a localização próxima dos centros de negócios e pessoas.

Assim, sai por volta das 18 e pouco e cheguei a um dos estabelecimentos. Fecha às 18H!??!?! Fui à segunda, igual... quando cheguei a última hipótese, uns minutos antes das 19H, tinha acabado de fechar, antes da hora... assim, não há quem aguente.

Penso que existe espaço para a grande superfície e para o pequeno comércio, desde que este último saiba fazer a leitura do mercado, leia-se das necessidades dos consumidores, saiba dar conselhos, apoia-los no pós-venda, estar disponível, em resumo, “oferecer” serviço ao cliente. Esta mais valia pode fazer com que ele recorra aqui nas compras mais complicadas, com maior envolvimento (logo de maior valor). Estar atendo ao mercado, saber aprender e saber comunicar, eis as minhas dicas para o comerciante do novo século, que se transformem em empreendedores: deixem de “vender” simplesmente os produtos, em vez disso, satisfaçam as necessidades dos clientes e forneçam-lhes uma mais-valia adequada...

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