2003-11-17

Como não quero responder a todos os pontos que o Sérgio focou (até porque compreendo as posições dele e considero algumas oportunas), apenas escrevo sobre alguns deles.

Primeiro tenho a referir que 14% da população desempenha funções na “coisa” pública... podemos até estar abaixo da média europeia, mas em termos de produtividade...

O Sérgio Martins fez uma entrada com referências a uma posição que apresentei na quinta-feira. Infelizmente falhou na sua hipótese de partida quando afirma que “O JLL/NotaSoltas ambiciona que os Directores Gerais, Regionais, Directores de Serviço, etc., sejam “escolhidos por concurso e sem entrevistas, apenas com o resultado das notas curriculares, anos de serviço, formação complementar”; ora eu limitei-me a comentar dois modelos possíveis. Não defendi a minha opção. Por acaso até defendo (já escrevi sobre o assunto na imprensa regional) que todos os cargos até ao de director de serviço sejam de confiança política. Se quiserem, de nomeação política. Porquê?

Porque estes níveis hierárquicos podem ser filtros de informação. Porque não é possível (com as nossas tradições) ter um modelo de autonomia do poder político da administração pública. Defendo no entanto que as pessoas devem ter formação comprovada para desempenhar as funções. Não defendo a colocação de pessoas apenas pela cor do cartão, mas por defenderem e (mais importante) acreditarem nas políticas que estão a ajudar a executar.

Defendo a democracia. Mas penso a administração pública com uma visão empresarial, ou, mais correctamente, com uma filosofia empreendedora. Tem que ser rentável, ou seja, neste caso, ser eficiente, cumprir as suas tarefas e competências... etc... mas não defendo que comissões de trabalhadores devesse estar presentes na gestão, nem no sector público, muito menos no privado. Temos que saber ser pragmáticos e não ter medo das opiniões, aceito que a do Sérgio seja aplicar comissões de trabalhadores e dar mais poder aos detentores da força de trabalho, é o seu modelo político, é a sua forma de pensar as organizações é a sua ideologia, mas eu defendo que em democracia se escolha os titulares dos diversos órgãos eleitos, estes nomeiam as administrações e chefias... mas daí a querer aplicar o conceitos de representatividade à função pública? Porquê? Os trabalhadores são contratados para desempenhar as suas funções, de acordo com o seu contrato. Não são contratados para influenciar a gestão da organização, isso levava-nos a mais um nível de ineficiência.

Uma pergunta traquina: esse não seria o papel dos Sindicatos???

(Já agora, Sérgio, conto-te uma história que um responsável político me contou há uns anos, quando o inquiri porque motivo os mecânicos de uma oficinas de uma autarquia faziam uns servicinhos “particulares”; dizia-me que o ordenado que pagavam era muito baixo, que era a única forma de mantê-los lá!!! Esse exemplo que referes não serve, quem acha que ganha pouco, tenta mudar, não fica aprisionado. Se estivesse no sector privado, essas mesmas pessoas, que dizes conhecer, já tinham mudado! Não???)

De resto, cumprimentos pelas notas...

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