2005-05-26

6,83

Arregacemos as mangas e os bolsos.

Podemos dizer que a culpa foi do Guterres, do Cavaco, do Durão, do Santana e até do Sócrates. Eu digo que também foi do Almeida, do Brito, do Carvalho, do Dias, do Estrela, do Fialho, do Guerreiro, do Heliodoro, do Infante, do Jardim, do Lima, do Marreiros, do Neto, do Ó, do Pires, do Queirós, do Rato, do Silva, do Teixeira, do Umbelino, do Vaz, do Xavier, do Zeferino, entre tantos outros… todos nós devemos aceitar a culpa. Votamos… está votado!

Somos um país sem uma política estruturante e apoiada pelas principais forças políticas, pelo menos as que alternam o poder. Fala-se tanto de pactos de regime. Porque não parar de falar e fazer realmente um!

Os vários partidos devem assumir a sua quota-parte de responsabilidade na resolução, embora a culpa já morreu solteira. Vamos pensar para a frente, deixemos de ser tapados, apenas porque nos tem dado jeito.

A minha proposta consiste num binómio de sucesso: produzir mais e aceitar um período de menor disponibilidade financeira, mas com objectivos bem definidos e que sejam perceptíveis e justificativos do esforço que realizamos. Vamos pagar a reestruturação do estado, mas queremos saber, logo à partida, com frontalidade e honestidade, para onde vai esse esforço e por quanto tempo temos que o fazer. Qual o estado que queremos, qual o país que pretendemos e qual o sacrifício que teremos de fazer para, num prazo de cinco a dez anos, sentirmos os impactes estruturantes destas acções. Caso contrário, deixemo-nos disto e vamos continuar a esbanjar…

Já agora, aqui que ninguém nos ouve, gostava de ver uma nova dinâmica fiscal, com reforço de competências e de meios. Mais capacidade de fiscalização para mais receitas fiscais.

Deixo ainda 3 imagens:

1- Os proprietários de restaurantes já estão com receio do impacto da subida do IVA. Qual é a actividade económica, qual é ela, que para além de alegadamente fugir a impostos de forma tão aberta, ainda cobra IVA (o preço de menu inclui IVA), sem entregar ao estado (a parte que não factura)? Então, estamos a ser enganados duas vezes; na parte que lhes confiamos para entregarem ao estado, e a outra, na directa proporção do que foge à contabilidade e por isso aos cofres do estado… que somos todos nós.

2 - Já ouvi alguns construtores afirmarem que estão a ser perseguidos. Quando um polícia persegue um criminoso, ninguém reclama (a não ser possivelmente o criminoso). Já quando se trata do “fisco”...

3 – Dizem que a hotelaria também foge aos impostos, à boa maneira portuguesa, mas alguém já se lembrou de cruzar os registos dos livros de entrada, os registos que enviam à Polícia, com as informações contabilísticas? Não? Mas é tão fácil!

Por isto, devemos ter consciência que apertar o cerco a todos aqueles que roubam repetidamente o estado deve ser o início da solução. Só depois, como último caso, devem mexer nos impostos.

Se todos pagássemos os impostos devidos, em média, pagaríamos muito menos.

O que acabei de escrever nada tem de novo. Só não vê quem não quiser.

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