2005-05-18

«Fazer um aborto é mais grave do que matar uma criança que já nasceu».
Comentário do padre da paróquia de Lordelo do Ouro (Porto).

Esta afirmação, para além de demonstrar o atraso de alguns sectores da Igreja Católica, demonstra bem como este assunto não é pacífico.

Abordar o aborto é antes de mais, discutir o peso da Igreja na sociedade portuguesa e a dualidade ideologia/ fé. Quantos homens ideologicamente de esquerda condenam o aborto por motivos de fé?

Acho inacreditável que o aborto seja permitido a alguém em qualquer ponto da gravidez. Posto isto, defendo que se encontre um período de algumas semanas em que o aborto seja livre. Depois disso, que haja uma moldura penal para castigar todos os envolvidos no processo.

Cada um sabe de si. Este é um bom princípio, desde que limitado pela conveniência da sociedade. Pelo que, não sendo favorável à liberalização total do aborto, voto sim!

Sim porque cabe a cada um saber das suas circunstâncias e motivações, dentro de limites dignos.

Não acho que uma mulher grávida deva poder abortar com, por exemplo, 4 meses de gestação. Deve ser um processo acompanhado e participado.

Fala-se constantemente na mãe. E o pai? Este deve acompanhar a decisão, não se trata apenas de um "assunto” da mulher, mas de duas pessoas que consentiram e partilharam um momento que resultou numa vida.

Ah, que não seja o SNS a pagar o total da factura. Pelo menos que haja uma taxa verdadeiramente moderadora!

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