2005-07-29

A diferença entre o PS e o PSD são, como sempre, as pessoas. Os partidos mais ideológicos mudam menos, aqueles que como o PSD não apresentam uma ideologia estanque, são tantas vezes moldados pelo estilo de liderança.

Tanto o PS, como o PSD são partidos grandes. Não apenas no tamanho estrutural ou no número de militantes, mas nos seus recursos humanos. Os tais quadros.

Quando qualquer destes partidos chega ao poder, seja central ou local, aparecem logo centenas de lapas que nunca foram vistas, outras, mais do género do mexilhão, que já fizeram a sua aposta, mantêm-se juntas à sua boleia, uns por cima dos outros, até que a recompensa da sua imbecilidade e inépcia lhes permita um “lugar”, como gostam de chamar aos tachos. Mas existem os outros. Esses “outros”, que revelam capacidades próprias, que têm a sua opinião, que demonstram ter a espinha recta e, acima de tudo, têm capacidade de liderar, vão também ocupando os lugares, a que os mexilhões chamam “tachos”, ainda não percebi se por burrice, se por medo… talvez um pouco dos dois.

Mas os mexilhões têm muitas vezes a oportunidade de chegar acima da linha de água. As populações habituam-se às pessoas. Mas raramente por força das suas capacidades. Por este motivo, o país está povoado de políticos medíocres.

E o PCP? É dos poucos que mantém uma forma marcadamente ideológica. No PCP, para além da menos que pouca democracia interna, baseada no medo não sei de quê, estão uma horda de pessoas com uma capacidade de trabalho e de dedicação acima da média. Direi mesmo que é o único partido com militantes, na verdadeira acepção da palavra. Pessoas com um espírito abnegado que lutam por uma causa, ainda que já esteja perdida há 30 anos!

Este partido teve azar quando “reformou” o seu líder histórico, pois quem lhe seguiu pouca ou nenhuma motivação trouxe à base eleitoral. Este novo já enternece os eleitores. Um operário quase franciscano (desculpem lá a comparação) que consegue falar com as pessoas e com quem se conseguem rever. Embora, na realidade, este operário tem feito política praticamente a sua vida toda… será pois, mais um operário honorário do PCP.

Mas voltando ao assunto principal, os partidos do “centrão”.

O PS e o PSD são os elementos que dão consistência à nossa democracia. Por todos os motivos, mas sobretudo um: reúnem a maioria dos votos. Com posições mais à esquerda, ou mais à direita, este partidos estão livres de “papões” e de “ideologias” (daquelas que usam palas de lado).

Os restantes partidos do “mercado” eleitoral estão receando, por exemplo, a aprovação inevitável da redução do número de deputados. Não pelos motivos que expressam, mas pela aritmética simples de perderem eleitos. Eu sou favorável à existência de partidos como o BE no parlamento, não pelas suas ideias e talentos, mas pela voz desalinhadamente do contra que tantas vezes é necessária a um bom debate.

Bom, fico-me por aqui neste desabafo encapotado, quem quiser, que faça a sua leitura. Que comecem as hostilidade de mais um fim-de-semana de Verão. Este é para descansar! Sol, praia (se não conseguir evitar), o Expresso, o meu cadeirão e… um pouco de paz! Que bom que é ainda não ter filhos!

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