Quando é que podemos considerar um governante bom! Deve passar 10 anos, 50, 100, 500? Não sei a resposta.

O Sebastião José de Carvalho e Melo, grande ministro de D. José I, era considerado um tirano e déspota no seu tempo, hoje, 223 anos sobre a sua morte, o Marquês de Pombal é considerado uma referência, quase herói, um grande estadista de visão… com direito estátuas e praças, ruas e avenidas com o seu nome, um pouco por todo o país.

O Dr. Mário Soares e o Professor Cavaco Silva são um exemplo de Primeiros-ministros que tiveram momentos altos e outros mais baixos, que levaram à sua saída das funções governativas, não importa agora analisar os motivos de um e do outro. Mas são figuras incontornáveis da governação portuguesa.

Considero que estão criadas condições, como há muito não tínhamos, para discutir com alguma elevação temas importantes, designadamente a reflexão do estado da nação. Pelo menos é o que espero.

Não acredito que o Professor Cavaco Silva, caso concorra e seja eleito, fique há espera para exonerar o governo à primeira demissão de um qualquer ministro, como fez o Presidente Jorge Sampaio, dentro das suas legítimas competências (vou ser um pouco reaccionário agora, mas deve ter estado a dormir durante a demissão e substituição do Ministro das Finanças, mas enfim), também não se espere que o Dr. Mário Soares, caso concorra e seja eleito, diga ámen à política do PM José Sócrates. Enfim, estaremos cá para ver.

As presidenciais deste ano demonstram algo que nunca tinha sido visto. Um PS assustado perante a ameaça de uma forte candidatura de centro-direita, que certamente venceria qualquer dos candidatos espectáveis. A pressão que toda a esquerda está a exercer no Dr. Mário Soares é, em certa medida, interessante numa análise da história política recente. O país teve um presidente do PS e os restantes independentes, mas de esquerda. Sim, porque o actual Presidente manteve, e bem (digo eu), o seu cartão de militante. Mesmo assim, deve ser assustador para uma certa esquerda perder o seu velho bastião.

Quanto ao país… dizem que o pior são os primeiros 900 anos… daí, é sempre a abrir!!!