Chico-espertice

Ao invés de optar por fazer uma corriqueira remodelação do governo (exportando os inaptos Freitas do Amaral, Alberto Costa e Pires de Lima, por exemplo), após duas monumentais derrotas eleitorais para o PS, eis que o Eng. Sócrates teve uma espantosa ideia para levantar a moral do povo e granjear a simpatia dos contribuintes. Vejamos este pequeno diálogo:

- Nada melhor que dar mais dinheiro às pessoas para elas ficarem contentes? - Pensou.

- Mas Sr. P.M. - Gritou, aflito, o Ministro das Finanças - Nós precisamos é de aumentar os impostos e de aumentar pouco os salários da função pública, senão é o descalabro! Não podemos cometer uma loucura dessas!

- Calma, já tenho tudo pensado. Vou-te explicar como se tu fosses muito burro, ok?

- Ok, como sempre, chefe.

- Todos os meses os trabalhadores descontam uma percentagem de IRS em função do ordenado base, certo?

- Certo.

- Essa taxa é calculada com base naquilo que as Finanças acham que vai ser a Taxa Efectiva do contribuinte, face à experiência existente, certo?

- Certo.

- Só no meio (ou fim) do ano seguinte é que as pessoas se apercebem de quanto efectivamente pagam ou de quanto recebem de volta em reembolso, certo?

- Certo.

- Então é fácil, vamos reduzir a taxa de desconto mensal e assim as pessoas vão receber um ordenado líquido superior todos os meses!

- Ó chefe, desculpe lá, mas se as taxas efectivas não se reduzem, o que vai acontecer é que em 2007 quem costumava ter imposto a pagar vai ter de pagar mais e quem costumava receber vai passar a receber menos e alguns até vão ter de passar a pagar algum...

- Bem, isso depois logo se vê. Não seja impertinente Sr. Ministro. A ideia é as pessoas passarem a ganhar mais, para o Governo ficar melhor nas sondagens e isso eu vou conseguir, certo?

- Desculpa amor, mas não percebi! Explica-me outra vez, porque agora fiquei mesmo burro!