“Córtes” no orçamento?

O evento vai custar 200.000 Euros! Se dividirmos esse valor pelos 800 lugares, dá qualquer coisa como 250 Euros por espectador.

O custo dos bilhetes é, em média, de 60 Euros (entre 50 e 70 Euros).

Ou seja, se todos os bilhetes fossem vendidos (se não existissem ofertas, cunhas e outros mimos) o custo real do evento ficaria (mas não fica) nos 150.000 Euros. O Fórum Algarve patrocina, mesmo assim, expliquem-me lá qual é a estratégia que este evento serve? Ah, é verdade, o que é que isso interessa, sai da Fazenda Pública! Como saiu o Teatro, os estacionamentos, os acessos... e subsídios e mais subsídios.

Penso que o investimento que se faz na cultura deve ser canalizado para o alargamento da base de consumidores, designadamente nos mais jovens. Este investimento teria futuro. Entendo aquele que é feito em infra-estruturas, mas é necessário caminhar para a auto-sustentação. Recordo-me de uma entrevista do José Pedro Gomes (já tenho os bilhetes para o “Coçar onde é preciso” reservados na Fábrica do Inglês) onde referiu que só aceita que as autarquias comprem o seu espectáculo, se cobrarem entrada. Um bom princípio...