2006-04-24






Amanhã!

O 25 de Abril de 1974 representou uma nova era em Portugal. Mas também um período, até ao 25 de Novembro de 1975, de devassa do tecido económico, político e social.

O País foi libertado de um regime opressor, persecutório, que lesou os interesses nacionais durante décadas, com impacto não saberemos até quando!

Mas a história tem tendência a enfatizar os sucessos e obliterar os fracassos e os pontos menos justos. Fazer justiça ao “25 de Abril” também passa por ensinar esse “outro lado”.

As famílias perseguidas, as nacionalizações dos seus bens e empresas. As invasões de propriedades agrícolas (e não só), as ocupações indevidas, os roubos e mesmo a forma inconsequente como as colónias (e muitos milhares de portugueses, com interesses legítimos nestes territórios) foram abandonadas são exemplos.

Falar do “25 de Abril” também é perceber que, embora sem (muitas) mortes, muitas pessoas foram prejudicadas sob a capa do processo revolucionário em curso.

A deriva socialista (marxista-leninista e outras) foi concreta, quer em termos militares quer políticos, arrastou todos os partidos, sem excepção, como pode ser facilmente constatado numa leitura superficial das primeiras versões dos seus estatutos. Felizmente que o bom senso prevaleceu. Não estou convencido que o PCP teria poder suficiente para impor a sua visão ao País. Os portugueses nunca estariam dispostos para viver novamente na opressão característica dos regimes comunistas… nem os EUA estariam dispostos a aceitar perder a sua importante plataforma de entrada na Europa e de abastecimento. Mas isto são conjecturas e opiniões, pois com o 25 de Novembro de 1975, o País regressou à linha de rumo. Regressou ao Projecto iniciado em Abril de 74.

Recorde-se que só em Abril de 1976, o País “viu” aprovada a Constituição, numa Assembleia da República Constituinte, democraticamente eleita em Abril de 75!

Que o dia de amanhã sirva para uma reflexão sobre o nosso contributo pessoal para a democracia. Todos os dias podemos ter relevância neste processo. Que nunca acaba…

Sem comentários: