2007-05-16

Destorce!!!
Publicado no Jornal de Algarve

Existe uma actividade verdadeiramente independente que nos persegue, quase acima da lei, ou pelo menos com grande desrespeito pela mesma, e que nos tenta sugar umas “moedinhas”. Trata-se do técnico de parqueamento urbano. Sim, o também chamado arrumador. Mas esta é uma designação pouco lisonjeira e até redutora.

Estes profissionais – e refiro-me aqui aos não licenciados, pelas autarquias entenda-se (não é uma piada à Universidade Independente) – estão para a melhoria das condições de estacionamento, como, sei lá, os autarcas para a coerência urbanística.

Eu não pago! Recuso-me a financiar dependências, muitas vezes ligadas a esta “actividade”. É pernicioso dar a tal moedinha, ou pelo menos fazê-lo sem a consciência que não estamos a ajudar, mas a contribuir para duas situações distintas: o vício e a impunidade de que estas pessoas gozam, ao ser virtualmente impossível afastá-las por muito tempo das zonas mais movimentadas da maioria das cidades do Algarve.

Os condutores estão limitados no estacionamento e nota-se uma tendência dos municípios disponibilizarem espaços de estacionamento com parquímetro (o que não acho errado, entenda-se), mas não é feito um esforço no sentido de acabar com este problema. São pessoas que, com base na ameaça latente de danificar propriedade alheia, conseguem facilmente extorquir dinheiro dos incautos automobilistas. Muitas vezes duplicando o esforço financeiro destes, ao estarem presentes em zonas com parquímetros.

Uma das soluções encontradas pelas autoridades que zelam pela segurança pública, não direi errada do ponto de vista jurídico, passa pela identificação in loco do meliante que ameaçou o incauto cidadão… é o mesmo que pedir para arranjar problemas num futuro próximo, especialmente se for na sua área habitual de estacionamento.

Será que as autarquias e até o Governo Civil não conseguem forçar uma solução para um problema tão simples? Quando é que pára esta extorsão encapotada!?!?

Aplique-se a lei e puna-se quem está muitas vezes ligado a problemas de abuso de substâncias estupefacientes ilegais, que não presta contas do rendimento da “actividade”, nem paga os impostos devidos. Isto para além das ameaças e das lutas territoriais que por vezes acontecem. Se são pessoas necessitadas de um acompanhamento social, de saúde, etc. providenciem-no e recuperem-nos para a economia real. O abuso é verificar que continuam a sujeitar-nos à ameaça de ficar com o carro riscado sempre que vamos ao Hospital, à baixa, no dia-a-dia quando estacionamos perto dos nossos locais de trabalho, em locais turísticos, enfim, por aí…

Será, já agora, esta imagem que queremos dar enquanto destino turístico?

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