Os Sindicatos, essas corporações de interesses
Tenho a pior opinião possível dos sindicatos. Não sou sindicalizado, nunca fui, nunca serei. Porquê?
Tenho uma estória pessoal que elucida bem o porquê, só para começar, claro...
Um sindicalista, em altura de eleições (do sindicato, claro), entrou pelo minha área de trabalho e, juntamente com alguns “assessores” procurou aliciar-me, ou melhor, converter-me aquela quase-religião (trata-se de um dos mais importantes sindicatos do país). O propósito era, claro está, “angariar” (seguidamente) mais um voto.
Tratava-se de um sindicalista de carreira, com pelo menos 20 anos de “missão”...
Era um profissional do ócio, já que apenas organizavam umas viagenzitas por ano, para isso, lá estavam (estamos a falar de uma pequena região) na sua secção regional, algumas pessoas que pouco ou nada faziam (e nada sabiam fazer, relativamente à profissão que “sindicalizavam”, já que em 20 anos, para além dos computadores, muito mais apareceu)...
Assim, fiz saber aquela personagem que os benefícios que o sindicato providenciava não eram suficientes para que eu desse a minha contribuição; que não tinha conhecimento de acções de representação ou trabalho que aquela secção específica tinha feito nos últimos anos; e terminei perguntando ao senhor, os anos que tinha de sindicalismo profissional, ao que recebi uma resposta torta, onde em traços largos me chamava de direita (como se isso fosse um nome mal criado, ou um defeito...)
Mas, o meu ódio de estimação em relação ao sindicalismo é mais profundo. Reconheço nas associações profissionais um trabalho de defesa das classes (profissionais), propondo, opinando, monitorizando, acompanhando. Já os sindicatos são potentados (em especial as centrais sindicais), são antecâmaras do poder. Confundo quase sempre as suas acções com a sua agenda política, ou mesmo as ambições políticas, que são legítimas para todos os cidadãos, mas de alguma forma desapropriadas para os sindicalistas, apenas porque ganham o seu espaço à custa das cedências e das negociatas... não é para isso que são eleitos...
Também penso que deveriam ver limitados os seus mandatos e sujeitos à publicação (interna) dos seus rendimentos e bens.
Penso também que o tipo de defesa dos interesses que representam não é o mais correcto. Normalmente barulhentos quando a direita está no poder, calados e maioritariamente subservientes, quando a esquerda por lá passa.
Depois, temos os fins-de-semana prolongados... ups, queria dizer, as greves marcadas para as sextas, segundas, ou mesmo antes daquele feriado...
Sou da opinião que o grevista deveria estar – obrigatoriamente – no seu local de trabalho, ou nas imediações, em protesto. Assim, estão na praia, no café...
Numa economia moderna, considero a greve um instrumento pedante e totalitarista. O lockout é ilegal... mas obrigar a entidade patronal a tomar uma determinada opção por via da força, colocando em risco a sua rentabilidade, os contratos de fornecimento... já é aceite e legitimado na constituição ainda manchada (queria escrever borrada) de vermelho.
Termino, por hoje, deixando uma imagem: o Judas quando saiu do sindicalismo profissional, voltou para o seu emprego de origem... quem sabe quantos dias aguentou por lá????
O mote foi lançado na blogosfera, quem terá a coragem de escrever de forma despretensiosa e real sobre este assunto, deixando para trás a sua linha política e avançando com as convicções?
2003-07-12
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