Monarquia, um elitismo deslocado
Relativamente o retrato feito num Blog (não me recordo qual) sobre a monarquia, em especial à arrogância e elitismo dos monárquicos, sou obrigado a concordar.
Sou monárquico. Sou liberal. Sou ateu. Pode parecer uma incongruência para alguns. Não sei porquê? Mas isso agora não interessa.
Como refere Pedro Mexia: "O «tratamento» que me recomendam por eu sofrer dessa grave tara que é ser monárquico deve também ser ministrado rapidamente ao Reino Unido, à Espanha, à Dinamarca, à Holanda, à Bélgica, à Noruega, à Suécia e a outros países manifestamente ignorantes e atrasados." Concordo.
Temos uma instituição republicana decadente e sem sentido prático – a Presidência da República. Um presidente, com o seu séquito de assessores e staff, com as suas mordomias inúteis e viagens, enfim, é feito um investimento demasiado alto numa figura que pouco poder e intervenção tem, pior, que não exerce sobre a população e sobre a representação do País uma influência e postura independente e de estado. Concretamente, não é uma mais-valia.
Já a monarquia, assente em premissas tradicionalistas, em laços históricos, permite que o marketing (promoção, para não ferir susceptibilidades) tenha uma acção sobre a instituição, “vendendo” melhor a imagem. Sejamos honestos, a maioria dos países da Europa são monarquias, por mais paparrazzi que apareçam, as populações sentem-se bem com isso. A nossa vizinha Espanha goza de uma imagem que é potenciada pelo Rei, por exemplo, na sua promoção turistica e em eventos internacionais.
Em Portugal, não sei se por medo se por estupidez, não é permitido sequer, pela Constituição da REPÚBLICA, referendar esta questão. Chega a ser anti-democrático.
No entanto, não sou “adepto” do D. Duarte de Bragança, infelizmente não serve Portugal. Penso também que não serve à Causa Monárquica. Já agora, se forem aqui...., encontram o profundo curriculo de Sua Alteza Real, é pena que tenha vergonha de admitir a sua formação real (verdadeira), falam da sua passagem pelo ISA... ele passou por lá, mas apenas fez uma cadeira, ministrada na altura por um ferrenho monárquico, que pedia sempre a autorização a SAR para iniciar a sua prelecção. Abandonou o ISA e tirou depois um curso de regente agricola, embora não seja referido, não sei se por vergonha, se por pretesiosismo.
Por isso, a monarquia é um sonho, mas no país REAL, lá vamos assistindo a um Presidente polítizado (ao menos o Sampaio não entregou o cartão de militante, como outros o fizeram mostrando hipocrisia), por vezes irritante, mas sempre de acordo com a sua agenda política.
É o País que temos.
2003-07-16
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