25 de Abril
Este dia pode servir para muita coisa. Deve servir para reflectir sobre o que foi feito, o que não foi feito, o que poderá ser feito e o que nunca será feito.
Esta é a minha liberdade. Escrever o que quero, quando quero, onde consigo. Por aqui, neste cantinho da Internet, a liberdade é quase total... e a sua também, quem me está a ler poderia não o ter feito ou, em alternativa, pode nunca mais o fazer.
Pessoalmente não gostei do Portugal de Abril. Prefiro o de Novembro. Foi uma revolução. Prefiro evoluções. Ainda bem que tivemos o 25 de Abril, felizmente que tivemos o 25 de Novembro. 1974 foi uma conquista, 1975 um alívio e 1991 uma solução.
Sobre esta data, é certo que o regime já não conseguia aguentar muito mais tempo. Já tentava negociar uma saída para a guerra do Ultramar e a abertura seria inevitável. Mas foi melhor assim, foi rápido, praticamente sem mortos. Embora tenha doido a muitos.
Depois o país ficou entregue a jovens políticos sem experiência (profissional ou política, é engraçado que ainda andem por cá). Fizeram o pouco que sabiam. Mesmo assim, as coisas lá se foram compondo. Perdemos os melhores quadros, a capacidade empresarial, os empreendedores, os gestores... ficaram os outros. Quando voltaram, encontraram um país desesperado pelo seu retorno e pelo seu dinheiro (que foram guardando na Suíça para um dia mais difícil...) e o dos seus amigos estrangeiros. As empresas, depois de nacionalizadas, foram decaindo, as explorações agrícolas roubadas foram necessariamente devolvidas, visto que o vandalismo (literal e intelectual) as tornou insustentáveis.
Com isto, renasceu um País. Melhor que o anterior, sem dúvida; mas que necessita urgentemente de uma evolução, desta vez que não venha dos Forças Armadas, nem do povo, mas do Parlamento.
2004-04-25
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