Procura nacional foi decisiva para Turismo algarvio este ano

Uma boa notícia para o motor desta região turística.

Embora as margens tenham sido reduzidas, é certo que a procura nacional está de regresso ao Algarve. Em relação a este tema, tenho uma opinião algo mais rebuscada. O Turismo de base hoteleira está também a ser condicionado pelo mais fácil acesso ao crédito à habitação, por parte de muitas famílias que adquirem segunda residência e depois rentabilizam, utilizando-a para férias e muitas vezes alugando-a no período restante. Existem milhares de habitações para este efeito, quem conhece bem o Algarve, verifica que nas principais cidades balneares, com populações fixas até os 25.000 habitantes (salvo raras excepções), existe um parque habitacional sobredimensionado, que indica um grande mercado de segundas habitações e altamente concorrencial com os resorts, hotéis, aparthotéis, estalagens, residenciais, pensões, parques de campismo, etc. Penso que é necessário estudar realmente que tipo de turismo existe no Algarve, pois mesmo quando nos dizem que os hotéis têm quebras, as praias dizem outra coisa…

Outro problema que o Algarve sente neste momento é a capacidade de se reinventar. O investimento público ao serviço da promoção, os Polis, os projectos de requalificação urbana, de Vilas e Aldeias, dos locais de interesse histórico, etc., não é muitas vezes planeado à escala regional e intra-municipal, pelo que se perdem sinergias muito importantes para dar um novo “elan” ao Algarve. O Algarve onde pululam Quarteira, Armação-de-Pera, Monte Gordo e mesmo Portimão, coexistem com a Quinta do Lago, Vale do Lobo e Vilamoura. Sem esquecer que o Alentejo vai certamente retirar turistas nacionais e internacionais ao Algarve, pois trata-se de território “virgem”, com preços de lançamento, ainda sem infra-estruturas, mas com um potencial turístico brutal, embora diferenciado, os montes, barragens, património e até praias alentejanas poderão um dia desviar uma parte considerável de turistas.