2005-10-28

Aprovados 50 novos campos de golfe no Algarve

As últimas chuvas iniciaram a recuperação das reservas hídricas da região, esperando que as chuvas continuem com carga suficiente para repor os níveis das barragens, barrancos e depósitos, para que no próximo Verão, a poupança de água já não seja no sentido de prevenir faltas, mas resultado da sensibilização para a utilização racional deste recurso que, embora abundante, tem períodos de falta.

Dito isto, parece-me que a economia regional, assente quase exclusivamente num produto – o turismo – deve procurar, cada vez mais, utilizar os recursos comuns, como a água, com racionalidade. Os campos de golfe consomem água. Naturalmente. Também um pomar consome. Os ambientalistas militantes (ou fundamentalistas) não se preocupam com estes gastos, mas, depois, talvez porque se trata de uma actividade rentável, tanto para a economia, como para os promotores, lançam críticas. A poupança de água é fundamental, não vejo os agricultores a serem pressionados a reduzir e racionalizar os consumos (a não ser em períodos de seca grave)!

Mas existem alternativas: desde a captação e armazenamento de água da chuva, até à dessalinização da água do mar. Encontre-se por isso um equilíbrio tecnologia/ natureza, para prevenir novas faltas de água.

O facto do turismo ligado ao golfe empregar pessoas em número superior à agricultura, aliada ao facto de trazer turistas (consumidores) é uma mais-valia, face à agricultura algo decadente, não por falta de apoios, de Direcções Regionais de Agricultura, de planificações, mas de visão. Pública e privada. Também por causa da política agrícola comum, dos subsídios mal geridos, mal aproveitados, mal gastos. Mas primeiro por falta de empresários. Cada vez mais se exige que os agricultores sejam “transformados” em empresários (ou empreendedores) agrícolas. Claro que existem deficiências no mercado, mas a falta de associativismo integrado e actuante, permite piorar o acesso ao mercado. Vejam, aqui ao lado, na Andaluzia, enfim…

Já agora, alguns pomares de laranja estão a ser substituídos por alfarrobeiras. Consomem muito menos água (muito menos, mesmo) e o preço de mercado é o dobro. Ora: PVP mais elevado, com custos mais reduzidos… façam as contas!

Por isso “plantem” os 50 campos de golfe. Se analisarmos a contribuição que dão à economia, certamente que não é necessário tecer mais considerações. Agricultura sim, mas orientada para o mercado. Mas isso é outro blogue…

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