2005-10-20

Uma espécie de vida

Uma espécie em extinção, uma espécie de ilusão. Estas são as nossas perspectivas sobre o que fazemos, onde vivemos, os amigos, ou outros, aqueles, os que passam ao lado. São laços de sangue que escorrem pela memória, que apenas guarda a pena que temos da falta de coragem de partir. Ou chegar. Avanços de uma vida cheia de nada. Nada!

Tudo é mais importante do que aquilo em que acreditamos. Estamos fartos. Sentimos os sonhos dos outros, projecções corrompidas num quadrado de plástico. Quadro naif daquilo que escolhemos acreditar.

Renovam-se laços partidos, perdidos no tempo e no espaço. Recorrem-se a forças que não existem para justificar aquilo que temos medo de perceber. Fico dentro de mim, dentro daquilo que não quero dizer, talvez por medo. Sofro com atenção, para não deixar de sentir a dor que me serve de catarse. Dói sempre, algumas vezes menos, depende. Ofendo-me. Defendo-me assim.

Solto-me depressa. Levo por isso uma eternidade. Violo-me com medo de gritar. Sinto cair. Levanto-me. Lavo-me. Limpo-me de toda a sujidade que carrego comigo. Sempre.


Caminho para o fim. Por fim.

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