CAVACO vs SOARES
Primeiro, os portugueses ficaram com trabalho de casa: ler os livros publicados pelos dois! É ridículo centrarem o debate no que cada um escreveu. A concepção da participação política é, em Soares, elitista.
Soares mostrou-se algo incoerente, criticando quando falavam do passado, para falar no passado quando achou conveniente.
Soares fez um discurso final, exortando os portugueses a não votar Cavaco. Ou seja, aceita que já está quase tudo perdido. Quase... mas não tudo!
Soares foi rude, um pouco mal-educado e egocêntrico.
Soares não soube falar do futuro. Cavaco ainda tentou!
Cavaco assumiu que é fraco em retórica. De facto é. Mostrou-se também mais fraco que Soares na argumentação política. Não conseguiu sacudir Soares. Apenas teve espaço para defender-se. Mérito a Soares.
Cavaco tem que provar o que Soares lhe é dado como adquirido.
Soares centrou o debate em Cavaco. Mas penso que é sintomático, pois os Portugueses querem Cavaco em torno no debate!
Não fiquei nada satisfeito com qualquer das prestações. Primeiro porque entendo que estão a evitar um discurso claro do que pode fazer um Presidente da República. Pouco. Não podemos contornar este problema que advém da Constituição. E bem, mas acaba por ser uma figura institucional parda. Os candidatos estão por isso a passar a mão na cabeça dos eleitores... e nós aceitamos isso, porque se não fosse isso, que raio de campanha fariam eles!?!?!
Só como nota de rodapé, achei muito interessante o Doutor (honoris, é certo, mas Doutor) Mário Soares colocar-se de bicos de pés para dizer que foi professor em Coimbra e no estrangeiro, no seguimento do Doutor Cavaco ter dito que tinha sido professor quando se afastou da política activa. É de bradar aos céus. O Soares professor?? Deu uma palestras, sim, pode ter tido o estatuto de professor convidado, mas ser professor universitário mão é coleccionar doutoramentos honoris causa, mas obter essa diferenciação pelo esforço do seu estudo e investigação.
Em resumo, penso que ninguém ganhou o debate. Mas Cavaco perdeu menos.
2005-12-20
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