2006-02-10

Estou convencido que Manuel Alegre não vai saber gerir a margem eleitoral que obteve nas presidenciais. Em termos políticos, deixou passar tempo suficiente para criar o seu “momento”. Deixou que o partido de recentrasse no seu líder. O que é natural e inevitável. Assumiu também o seu mandato de deputado. Perde desta forma margem de manobra junto do élan que materializou nas últimas eleições. Provavelmente alguns dos seus “correligionários” assumirão, no futuro, esse espaço.

As declarações que proferiu sobre o seu partido, o PS, voltam a colocar em causa a liberdade de opinião que lhe é dada. A condescendência que lhe dão resulta para além do seu resultado. Alegre congrega a ala esquerda do PS. Neste momento, como nunca, materializa-a. Mesmo assim, os partidos não aguentam muito tempo bicefalias. Com o tempo, encontram formas de se reagrupar. Os partidos são uma espécie de mercúrio!

Mas as palavras de Alegre bem podiam ser de um qualquer militante de qualquer outro partido (menos -eventualmente- do PCP, onde a disciplina é vigiada e até venerada).

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