Será Paulo Portas o líder que o CDS necessita para integrar o governo em 2009?
Esta questão estará eventualmente na cabeça de algumas pessoas. Especialmente do PSD. Aquele que facilitou um governo de centro-direita estará agora a preparar espaço para um governo de centro-esquerda?
Paulo Portas é em muitas coisas um político como os outros. É o Paulinho dos mercados, como qualquer outro político português, que certamente tem a sua quota de feiras e mercados no “currículo”. Ainda que a classe política considere este estilo tão ignóbil como atractivo, dependente do momento político, designadamente se eleitoral ou não.
PP tem alguma coisa que assusta muitos. Tem qualquer coisa que atrai tantos. Seja a sua hábil e bem estruturada retórica, ou uma qualidade argumentativa de nível superior. Seja porque motivo for, é bem provável que até no PS já estejam a traçar “cenários”, especialmente alguns dos ministros que esperam aguentar-se até 2009 e depois disso também… que podem bem ter que fazer um “upgrade” para qualquer nomeação dourada em Bruxelas, Estrasburgo, Nova Iorque… ou até mesmo Lisboa…
Não considero Paulo Portas uma ameaça ao PSD. O PSD tem conseguido desempenhar esse papel sozinho. Provavelmente por falta de um adversário aguerrido no espaço político designado de centro-direita.
Paulo Portas pode bem ser a diferença entre a monotonia político-partidária em que nos encontramos. O passeio Sócrates-Cavaco que tem manietado tanto o PS, como o PSD e CDP-PP pode estar a acabar.
Parece que existe no horizonte um PP (Partido Popular) sem CDS, mas com PP (Paulo Portas)!
Muda e ficará tudo igual. Que raio de vida política a nossa… ao menos a Madeira conseguiu prolongar o Carnaval…
......................
Museu Salazar
Uma coisa é considerar o 25 de Abril um dia de libertação. Uma coisa é defender acerrimamente a democracia, o Estado de Direito, as conquistas que foram conseguidas por causa do “25 de Abril”. O facto de conseguirmos escrever o que pensamos, e de ler, ver, ouvir o que queremos. Organizar uma manifestação contra a criação de um Museu, ainda que para documentar o nosso famigerado ditador, é uma falta de espírito democrático. Democracia é também aceitar a diferença, seja ela, no limite, a sua antítese.
Eu sou, por exemplo, dos que pensam que a Ponte sobre o Tejo deveria continuar-se a chamar Salazar. Não é apagando da vista que se apaga da memória. E NUNCA devemos esquecer o passado. Este foi um erro cometido no calor da revolução e no tempo que se seguiu. É preciso falar, desmistificar, não direi banalizar, mas aprofundar o conhecimento que as novas gerações devem ter do nosso passado recente. Tão importante como conhecer a história da fundação de Portugal, da nossa giesta marítima, é perceber como era o Portugal no início do século XX, como criou espaço para as alterações de regime que ao mesmo tempo que estancou politicamente o País, desmoralizado e em ruptura, estabilizou-o. Mas depois atrasou-o significativamente nas décadas que se seguiram, atrasando-o, para além de economicamente, também moral (valores), social e culturalmente.
Viva a democracia que nos permite ser. Deixemos que os outros o sejam também…
2007-03-03
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4 comentários:
Quanto ao PP, político como os outros políticos mas é, pelo menos, dos poucos a quem admiro a capacidade de análise e discurso (concordando por vezes, discordando outras vezes). A manifestação contra a criação do Museu Salazar é, concordo contigo. Consideram Salazar pouco (ou nada) merecedor de um museu por ter agido contra as liberades dos portugueses. No entanto, querem fazer aquilo que eles mesmos dizem criticar. O profundo paradoxo em que vivem é algo que me deixa atónito (se bem que não inteiramente surpreendido). Quanto à Ponte, acho bem que lhe tenham mudado o nome. Não me parece que seja por aí que se squeça a História. Os nomes mudam de acordam com as circunstâncias e os edifícios ostentam nomes que homenageiam os seus homónimos. E Salazar não é (pelo menos para a maioria dos Portugueses) alguém que deva ser homenageado...
Bah!
Então tal se vai dando com o exercício da censura?
Os direitinhas e reaccionários como você, pensam que se é democrata porque se auto-denomina de democrata, mas para se ser democrata não é assim tão fácil, é necessário ter estofo de democrata e não é só dizer da boca para forra. Se assim fosse tudo era fácil, até os "bulldogs" eram democratas enquanto mordiam em canelas - bastava dizer que as canelas eram propriedade de enviados do mal à terra. Ser democrata e aguentar vicissitudes e enriquece-la em diversidade, não é enriquecer a cont bancária e pôr-se a salvo das incapacidades próprias às escondidadas - embrulhando o produto individual em prosápias, penachos e tiradas grandi-eloquentes - tal como achar que o "museu salazar" é fruto do exercício democrático da vontade humana e que tem direito a existir tsal como outra coisas - ou será a procura de justificar a sua própria existência, para se introduzir de corpo inteiro no saco da democracia ...
Continue exercendo a censura, sempre será capaz de rebuscar uma desculpa para esse exercício. Ou será que está à espera de um "reviralho" e, aí, já leva uma prática substancial para a exercer um lugarzinho na censura prévia - vai estar à frente de outros, a cada momento o currículo engrandece!
Eles andam por aí!
Viegas
Na impossibilidade de o fazer por E-mail, directamente para o visado, aqui vai em formato comentário:
JVS,
Você tem sido mal-educado desde que começou a comentar neste blog. Não tinha intenção de lhe cortar a palavra, apenas fui obrigado a mudar o blog, mais ou menos por imposição do Google. Assim, os comentários que antes eram feitos de forma livre através de outro servidor, caíram com o novo modelo de blog. Optei pela hipótese mais prática, a do Blogger. Decidi (e aqui já foi por opção, consciente!) moderar os comentários. Não foi de forma leve ou, se preferir, desinteressada que optei pela moderação de comentários. Foi para evitar a linha de comentários que o senhor me habituou, especialmente quando não lhe apetece argumentar, pois acredito que tenha argumentos para uma discussão clara e objectiva, mesmo que com toldos ideológicos, mas sem ataques pessoais.
Por não ser reformado com o senhor, disponho de pouco tempo para ler os meus mails pessoais e manter o notasoltas como gostaria, para mais depois de umas semanas em que a minha saúde e outros projectos condicionaram ainda mais esta situação, pelo que alguns comentários podem ter levado uns dias a serem publicados. Mas nunca por censura, caso contrário, pura e simplesmente, teriam sido eliminados. Foram todos publicados, pelo menos até hoje.
Acabo de aceitar os seus últimos comentários e decidi, entretanto, deixar de publicar comentários seus que contenham qualquer tipo de comentários antidemocráticos, mal-educados, ofensivos e assim todos os que entrem na esfera pessoal, situação que nos tem habituado. Para isto, deixou de ter antena por aqui.
Se acredita que este “direitinha” (como me chama) é pouco democrata por não concordar com a sua alta sabedoria, então estará certamente contente com a minha atitude. Mas penso que qualquer pessoa que leia os seus comentários já deve ter percebido o que me motiva. Assim, dou-lhe o direito de resposta (ainda que esteja convencido que não a vai saber respeitar).
Ah, já agora, quem disse que um blog é uma democracia? Este espaço é de opinão, de quem cá escreve e de quem quiser comentar. Não para ofender. A boa educação e o bom senso deve imperar. Como parece que não os tem, aqui fica o meu acto consciente de censura. Que será suspenso sempre que provar que consegue escrever sem ataques pessoais. Fica prometido, mas também aqui tenho as minhas dúvidas de que vá conseguir.
Bah!
Lá vem a lamurienta pecha dos ataques pessoais, da mal-educação endémica, da gentileza-antes-de-tudo, do contraditório de tribunal, da lisura enfatuada, ...
... não vê, nem encherga que da sua pessoa, carne e osso puros, não me interessa nem quero dizer mal, se é que digo mal de alguém. Você tem duas pernas, dois braços, cabeça, tronco, respira (já agora melhoras físicas porque diz que está adoentado), faz as suas refeições diárias e a isso não tenho nada a dizer, mas quando se põe a derramar veborreia lisa e equadrada pela política reaccionária e de direita, tal qual ave canora prazenteira de gorjeios altisonantes, aqui, nessa sua comutação intelectual, é que eu o classifico de reaccionário-e-censor-à-espera-do-dia-grande.
Ó homem ser reaccionário é somemte ser reaccionário, e não será porque alguém dia que é reaccionário que vai perder o gosto de dar vida ao ser humano que é, não há que ficar magoado, mas, se, pelo contrário, não consegue suportar o peso do adjectivo reqaccionário e fica magoado, então mude de lado na barricada política, vai ver que vai andar de peito ao alto contente e sorridente todos os dias - olhe que não é de desprezar este meu conselho!
Eles andam por aí!
Viegas
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