2005-10-24

Eu sou a favor das portagens nas auto-estradas portuguesas. Pelo menos nesta conjuntura de contenção e necessárias restrições orçamentais.

Não é pelo facto deste governo desdizer a sua acção enquanto oposição e na campanha, que altero a minha posição. Isto não significa que esteja de acordo com portagens na Via Infante. Porquê?

Primeiro porque só com muita graça é que alguém chama a esta moderada via rápida desse nome! Conheço milhares de quilómetros de auto-estradas, em Portugal e por essa Europa fora. Esta não é uma! Por esse motivo, se alguém chamar auto-estrada à Via Infante nunca deve ter andado numa, ou está a tentar iniciar uma carreira em stand-up Comedy!?!?!

Segundo, porque não existem alternativas funcionais, designadamente em “certas e determinadas” alturas do ano. É um facto.

Também porque estes eixos devem ser sustentados em parte por quem deles beneficia mais directamente. Porque motivo um determinado habitante tem que "co-"financiar com os seus impostos uma estrada que não utiliza no seu quotidiano? Bem sei que existem serviços públicos que não utilizamos e ajudamos a pagar. Mas pelo menos que paguem a conservação...

É claro que se formos a Espanha, uma parte considerável, se não esmagadora, não tem portagens. Mas se formos a Itália, até dói! Enfim, são culturas e opções políticas. Por cá, fomos gastando o que tínhamos e o que não tínhamos, por esse motivo, aqueles que utilizam os serviços, que paguem um pouco mais... não será isto justiça?

Por fim, gostava de ter acesso ao estudo que diz que é sustentável (i.e. rentável) colocar portagens em todas as saídas (e entradas)... é de doidos!

Só por curiosidade, pago cerca de 60 Euros (Classe II) para ir e vir à Capital do meu País - são 526 Km de auto-estrada -. Se por outro lado me deslocar à Capital espanhola, via Sevilha/ Córdova, pago cerca de 15 Euros - são 1048 Km em auto-estradas!?!? Mas tenho uma opção sem custos, via Sevilha/ Badajoz...

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