2006-08-22

Minas de São Domingos
Por Jorge Lami Leal
Publicado no Região Sul


Uma paisagem fora do comum. Uma praia fluvial inusitada. Uma gastronomia de base rural e tradicional. Um local esquecido, distante do buliço urbano. Horas e mais horas de sol ao longo do ano. Várias tapadas com água a temperatura convidativa para um mergulho ou um passeio de canoa. Alojamento para todos os gostos.

Assim se define um destino de férias em estruturação… a seu tempo, este será um destino incontornável na “região” do Baixo Alentejo e Nordeste Algarvio.

A poucos quilómetros de Mértola, surge, bem na fronteira com Espanha, as antigas Minas de São Domingos, local de onde, durante cerca de 100 anos, foram extraídas milhões de toneladas de minério, importante fonte de receitas.

As minas foram exploradas inicialmente pelos Romanos. Foram redescobertas a meio do século XIX e laborou até metade do século XX, concessionadas a uma empresa inglesa. Para ficar com uma ideia da importância das minas, James Mason, um dos sócios da empresa, recebeu títulos nobiliárquicos de D. Luís e D. Carlos, designadamente Barão do Pomarão, Visconde de Mason de São Domingos e Conde do Pomarão.

Existem vários núcleos habitacionais, que resultam das habitações construídas para os trabalhadores e famílias, que vinham um pouco de todo o Alentejo e Algarve, para trabalhar as minas. Existe ainda um núcleo com casas mais espaçosas, e até um cemitério, para os encarregados ingleses. Hoje são maioritariamente casas de férias e residências permanentes da população local.

Nos últimos 4 anos, o esforço de requalificação da restauração e da hotelaria, assim como a criação de percursos e sinalética interpretativa é evidente.

As gentes desta terra ainda hoje cultivam o “saber receber”, um dos atractivos desta região.

Sugestão de percursos:

- Pulo do Lobo

Este local ganhou alguma exposição quando o Prof. Cavaco Silva decidiu fazer aí um retiro, que catapultou o “Pulo do Lobo” em toda a comunicação social nacional. A paisagem rude, o caudal de água e a geologia recortada das margens garantem uma visita incontornável.

- Minas

Partindo do campo de futebol, passando pela antiga entrada na mina, acedemos a uma lagoa de águas pretas, com texturas impossíveis de descrever; segue-se pela estrada de terra batida, onde outrora foi construída a primeira linha-férrea portuguesa, das minas ao porto do Pomarão, e segue-se por entre quilómetros de terra ocre, preta, amarela e outras. Em certos sítios, sentimo-nos num filme de ficção científica, tal é a paleta de cores e os edifícios que integravam a mina.

- Pomarão

Aqui, onde o rio Guadiana parece descansar, podemos aproveitar novamente a hospitalidade das gentes e a oportunidade para admirar a paisagem impar e serena. Um pequeno povoado no fundo de uma escarpa íngreme e solene. Aqui o tempo corre devagar.

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